Neste artigo, quero bater um papo com você, iniciante neste mundo de como investir, e mostrar que não só é possível começar com pouco, como também pode ser o primeiro passo para uma vida financeira mais leve, tranquila e por que não? próspera.
Sabe aquela sensação de estar sempre correndo atrás do dinheiro, mas nunca conseguir ver ele “trabalhar” por você? Pois é. Muita gente acredita que só dá para investir quando se tem uma bolada guardada. Mas e se eu te disser que dá, sim, para começar com pouco? E o melhor: de forma segura, realista e sem precisar virar um expert da noite pro dia.
Antes de investir: algumas verdades que ninguém conta
Antes de mais nada, vamos direto ao ponto: investir com pouco dinheiro é totalmente viável. No entanto, é fundamental ter alguns pontos em mente para não se frustrar logo no começo.
Primeiramente, saiba que investir não é enriquecer rápido. Pelo contrário, é um processo, quase como plantar uma semente. É preciso cuidado, paciência e constância. Ainda assim, com o tempo, os resultados aparecem e são recompensadores.
Além disso, você não precisa ser um gênio da matemática nem entender gráficos complexos. Aos poucos, conforme for ganhando familiaridade, tudo começa a fazer mais sentido. Então, se hoje você acha tudo isso um “bicho de sete cabeças”, respira fundo e segue comigo.
Comece com a reserva de emergência
Antes de pensar em ações, criptomoedas ou qualquer outra aplicação da moda, existe um passo básico e essencial: criar a sua reserva de emergência.
Ela nada mais é do que um valor guardado para situações imprevistas, como problemas de saúde, demissão, conserto do carro ou qualquer outra coisa fora do script. Esse dinheiro precisa estar em um lugar seguro e de fácil acesso.
Onde aplicar a reserva de emergência?
A resposta é simples: no Tesouro Selic ou em um CDB de liquidez diária de bancos confiáveis. Ambos têm baixo risco, rentabilidade superior à poupança e permitem saque rápido em caso de necessidade.
Com quanto começar? Pode ser com R$ 30, R$ 50 ou R$ 100 por mês. O importante é começar. A meta, geralmente, é acumular entre 3 a 6 meses do seu custo de vida. Mas se isso parecer distante agora, foque no primeiro mês. Depois, vá crescendo devagarinho.
Tesouro Direto: o queridinho dos iniciantes
Depois da reserva formada ou mesmo enquanto a constrói , você pode começar a diversificar com investimentos simples e acessíveis, como o Tesouro Direto. Essa é uma porta de entrada excelente para quem tem pouco para aplicar.
O Tesouro Direto é um programa do governo federal que permite a qualquer pessoa emprestar dinheiro ao país e receber juros em troca. Parece complicado? Calma, na prática é bem simples.
Quais são os tipos mais comuns?
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Tesouro Selic: ideal para reserva de emergência.
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Tesouro IPCA+: bom para objetivos de longo prazo, como aposentadoria.
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Tesouro Prefixado: interessante quando você acredita que a taxa atual é atrativa e quer garantir esse rendimento até o vencimento.
O melhor? Dá para investir com cerca de R$ 30! Ou seja, literalmente qualquer um pode começar.
CDB: Certificado de Depósito Bancário
Outro investimento interessante para quem está começando com pouco dinheiro é o CDB. Em resumo, você empresta dinheiro para um banco e, em troca, ele te paga juros.
A grande vantagem do CDB está na variedade. Existem opções com liquidez diária (ideais para reserva) e outros que rendem mais, mas exigem que o dinheiro fique aplicado por um tempo.
Muitos bancos e fintechs oferecem CDBs a partir de R$ 1. Isso mesmo: um real. Além disso, eles são protegidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e instituição, o que dá uma camada extra de segurança.
Fundos de Investimento: praticidade para iniciantes
Outra alternativa bacana são os fundos de investimento. Neles, você coloca seu dinheiro junto com o de outras pessoas, e um gestor profissional cuida das aplicações.
Embora haja taxas envolvidas (como a de administração), a vantagem está justamente na praticidade. Para quem está começando e não quer lidar com decisões complexas, os fundos podem ser um bom primeiro passo.
Alguns fundos aceitam aplicações iniciais de R$ 100, e em certas corretoras, até menos. Ainda assim, é importante ler os detalhes e entender o objetivo do fundo antes de investir.
ETFs: para quem quer investir em ações sem complicação
Se você tem vontade de investir na Bolsa, mas ainda se sente inseguro, os ETFs (fundos de índice) são um excelente ponto de partida. Eles funcionam como uma “cesta” de ações, replicando o desempenho de um índice, como o Ibovespa.
Na prática, isso significa que você investe em várias empresas ao mesmo tempo, o que reduz riscos e aumenta as chances de retorno no longo prazo.
O melhor? Dá para começar com cerca de R$ 10 a R$ 20, dependendo da corretora. Ou seja, é possível entrar no universo da renda variável sem comprometer muito do seu orçamento.
Ações fracionadas: comece com pouco na Bolsa
Se você quer comprar ações específicas, mas acha os valores altos, existe uma saída: o mercado fracionário. Nele, você pode comprar apenas uma ação, em vez de um lote de 100.
Isso permite que você invista em empresas grandes com pouco dinheiro. Por exemplo, se uma ação custa R$ 15, você pode comprá-la sem precisar desembolsar centenas de reais.
Claro, é preciso estudar um pouco mais para entender os riscos. Mas é um ótimo caminho para ir aprendendo na prática, com calma e sem pressa.
Criptomoedas: sim, dá para começar com pouco, mas com cautela
Muito se fala em Bitcoin, Ethereum e outras moedas digitais. E sim, elas são acessíveis: com R$ 10 você já consegue comprar uma fração de uma criptomoeda.
No entanto, é importante destacar: esse tipo de investimento é mais volátil e arriscado. Portanto, só coloque aqui o que você pode perder. Cripto pode ser uma parte do seu portfólio no futuro, mas não deve ser o começo da jornada.
Plataformas que facilitam sua vida
Felizmente, hoje em dia existem diversas corretoras e plataformas digitais que tornam o ato de investir algo simples, rápido e acessível. Algumas opções bastante conhecidas são:
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Nubank
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XP Investimentos
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Rico
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Inter
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Banco Sofisa
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Clear
Muitas delas permitem abrir conta grátis e investir a partir de valores bem baixos. Além disso, oferecem conteúdos educativos para quem está dando os primeiros passos.
Dicas extras para quem está começando
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Estude um pouquinho por dia
Não precisa se tornar especialista, mas quanto mais entender, melhores decisões vai tomar. Uma leitura de 10 minutos por dia já faz diferença. -
Evite modismos e promessas milagrosas
Se alguém prometer 10% ao mês sem risco, fuja. Isso não existe. Investimento sério é aquele que cresce aos poucos e com segurança. -
Consistência é mais importante do que valor
Investir R$ 50 todo mês durante um ano pode render mais do que aplicar R$ 1.000 de uma vez e parar. Constância vence velocidade. -
Tenha paciência
Os frutos não aparecem do dia pra noite. Mas quando chegam, são duradouros.
O mais importante é começar
Investir não é mais privilégio de quem tem muito dinheiro. Com disciplina, foco e a ajuda das tecnologias atuais, qualquer pessoa pode dar os primeiros passos. O segredo está em começar com o que tem, onde está, e evoluir conforme aprende.
Lembre-se: o conhecimento é o seu maior aliado. E você não precisa fazer tudo de uma vez. O mais importante é seguir em frente, mesmo que devagar. Afinal, toda grande caminhada começa com um primeiro passo.
Então, que tal começar hoje?