O que é e como funciona o Tesouro Direto?

O que é e como funciona o Tesouro Direto?

Se você chegou até aqui, provavelmente está buscando uma forma segura de investir o seu dinheiro. Talvez já tenha ouvido falar no tal do Tesouro Direto, mas ainda tem dúvidas sobre o que é, como funciona e, principalmente, se vale a pena para você. Bom, respira fundo.

Este artigo é pra te explicar tudo isso de maneira simples, clara e sem enrolação como se fosse uma conversa com um amigo que entende do assunto.

Aliás, se tem uma coisa que a gente precisa fazer mais é conversar sobre dinheiro com naturalidade. Por muito tempo, esse assunto foi um tabu, algo que só especialistas podiam entender. No entanto, os tempos mudaram. E hoje, entender de finanças é uma forma de cuidar da vida tão importante quanto cuidar da saúde ou dos relacionamentos.

Afinal, o que é o Tesouro Direto?

De forma direta, o Tesouro Direto é um programa do Governo Federal criado para facilitar o acesso das pessoas físicas (ou seja, gente como eu e você) aos títulos públicos. Esses títulos nada mais são do que uma maneira de o governo captar dinheiro para financiar atividades como educação, saúde, infraestrutura, entre outras áreas essenciais.

Em troca, ele te paga juros. É como se você estivesse emprestando dinheiro para o governo e, depois de um tempo, recebesse de volta o valor emprestado com um bônus. Parece simples? Pois é, é mesmo. E, por incrível que pareça, é um dos investimentos mais seguros que existem no Brasil.

Mas como ele funciona na prática?

Vamos imaginar uma situação do cotidiano: você empresta R$ 100,00 para um amigo, e ele promete te devolver daqui a um ano com R$ 110,00. Isso significa que ele está te pagando 10% de juros, certo?

O Tesouro Direto funciona basicamente assim. Você escolhe um título, investe uma quantia e, após o vencimento, recebe o valor de volta com os juros combinados. Porém, existem diferentes tipos de títulos, e cada um tem suas particularidades. Daqui a pouco eu explico melhor isso.

Antes disso, vale ressaltar que qualquer pessoa pode investir, mesmo com pouco dinheiro. Com cerca de R$ 30,00, já é possível começar. Sim, é isso mesmo! Não precisa ser milionário, nem expert em economia. E talvez essa seja uma das maiores belezas do Tesouro Direto: ele democratiza o investimento.

Os principais tipos de título

Agora, vamos à parte prática. Existem basicamente três tipos de títulos no Tesouro Direto:

1. Tesouro Selic (LFT)

Esse é o mais indicado para quem está começando. O rendimento dele está atrelado à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Isso significa que, se a Selic sobe, o rendimento também sobe. Se cai, o rendimento diminui. Mesmo assim, o Tesouro Selic é conhecido por sua estabilidade e liquidez, já que é fácil resgatar o dinheiro antes do prazo, com pouca variação de valor.

2. Tesouro Prefixado (LTN)

Aqui, a lógica é simples: você já sabe quanto vai receber no vencimento. Por exemplo, investe R$ 100,00 hoje e sabe que receberá R$ 120,00 em determinada data no futuro. Isso dá uma previsibilidade maior, o que pode ser ótimo para quem tem um objetivo definido, como uma viagem ou um curso.

No entanto, é importante lembrar: se você retirar o dinheiro antes do vencimento, pode acabar perdendo dinheiro, dependendo das condições do mercado. Portanto, é bom pensar bem antes de aplicar aqui.

3. Tesouro IPCA+ (NTN-B)

Esse título é um misto de segurança e proteção contra a inflação. Ele rende uma taxa fixa mais a variação do IPCA, que é o índice oficial da inflação no Brasil. Isso quer dizer que, mesmo que o custo de vida suba, seu dinheiro continuará rendendo acima da inflação. É uma ótima opção para quem pensa no longo prazo, como a aposentadoria.

Por que o Tesouro Direto é tão seguro?

Boa pergunta. A resposta está no fato de que o Tesouro Direto é um investimento garantido pelo Governo Federal. Em outras palavras, o risco de calote é muito baixo. Afinal, para que o governo deixe de pagar seus compromissos, o país inteiro teria que quebrar o que é algo extremamente raro.

Além disso, a plataforma do Tesouro Direto é totalmente digital, segura e supervisionada pela B3 (a Bolsa de Valores) e pelo Tesouro Nacional. Isso traz ainda mais tranquilidade para quem está começando.

Quais são os custos envolvidos?

Apesar de ser um investimento acessível, o Tesouro Direto tem dois custos principais:

  1. Taxa de custódia da B3: atualmente, é de 0,20% ao ano sobre o valor investido.

  2. Imposto de Renda: incide apenas sobre o lucro e segue a tabela regressiva, começando em 22,5% (para aplicações de até 180 dias) e chegando a 15% (para aplicações acima de 720 dias).

Mesmo com esses custos, o Tesouro Direto ainda oferece ótimos rendimentos, com segurança e praticidade.

E se eu quiser resgatar o dinheiro antes do prazo?

Você pode fazer isso, sim. O Tesouro Direto tem liquidez diária, ou seja, o Tesouro Nacional recompra seus títulos todos os dias úteis. Contudo, é importante ficar atento: se você vender antes do vencimento, o valor pode variar para mais ou para menos, dependendo da marcação a mercado que é uma forma de reavaliar o título diariamente de acordo com as condições econômicas.

Portanto, antes de sacar, é bom verificar se o valor atual está interessante. Mas se você escolher o Tesouro Selic, essa variação é mínima, o que faz dele uma excelente reserva de emergência.

Como começar a investir?

Começar no Tesouro Direto é mais fácil do que parece. Veja o passo a passo:

  1. Abra conta em uma corretora: existem várias confiáveis no mercado, inclusive com taxas zero.

  2. Acesse a plataforma da corretora ou do próprio Tesouro Direto (www.tesourodireto.com.br).

  3. Escolha o título que faz sentido para o seu objetivo.

  4. Defina o valor a investir e finalize a aplicação.

Simples assim. E o melhor: você pode acompanhar tudo online, no seu tempo, sem complicações.

Vale a pena investir no Tesouro Direto?

Se você busca segurança, rentabilidade acima da poupança e praticidade, a resposta é sim. O Tesouro Direto é uma das melhores formas de começar no mundo dos investimentos, além de ser uma alternativa excelente para quem quer construir uma vida financeira mais estável.

Contudo, como em todo investimento, o ideal é conhecer bem o seu perfil. Você é mais conservador? Tem medo de perder dinheiro? Ou topa correr um pouco mais de risco por um retorno maior? O Tesouro Direto atende a diferentes perfis, desde que você entenda os objetivos de cada título.

Dica de ouro para finalizar

Se você está começando agora, comece devagar. Invista primeiro no Tesouro Selic, monte sua reserva de emergência, e só depois vá explorando os outros títulos. Dessa forma, você cria uma base sólida, ganha confiança e amplia seus horizontes sem se desesperar.

Além disso, aproveite para aprender constantemente. Leia, pergunte, ouça podcasts, acompanhe canais de finanças. O conhecimento é a chave para tomar decisões mais conscientes e o primeiro passo você já deu ao chegar até aqui.